segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cancro da mama - A prevenção radical





Mulheres tiram os seios para prevenir cancro in DN
Apanhou-me desprevenida a temática. A primeira reacção foi o desdém por esta mulheres que retiram uma das partes mais distintas do seu corpo. As notícias que têm vindo a sair sobre este tema dão o primeiro e praticamente único enfoque ao processo em si. A sensação com que se fica é a da mutilação. Mais adiante e depois de ler, ver e ouvir mais do que uma vez começa-se a saber as razões e os antecedentes que levam a esta decisão. A actriz americana Cristina Applegate, pelo seu estatuto social, deu visibilidade mediática ao problema. Depois de ter sido diagnosticada com cancro num seio optou por remover os dois.  "Eu não queria voltar ao médico de quatro em quatro meses. Preferi acabar logo com o risco", foi a justificação da actriz. 
A segunda reacção já não foi achar que só uma cambada de lunáticas podia fazer semelhante coisa, pelo contrário. Apesar de achar que pode haver casos com decisões muito precoces tenho também muito respeito pelos que preferem "cortar o mal pela raiz", aqueles a quem o "mal" já foi devidamente diagnosticado. O cancro continua a ser uma das maiores preocupações da sociedade, se o potencial de vir a desenvolver esta doença  leva as mulheres a serem preventivas então a terceira reacção é a que as chama corajosas.

Natacha Meunier

5 comentários:

  1. 'Corajosas'?! Palavra muito forte para tão instintivo acto.
    O cancro da mama deve-se a alterações que ocorrem num gene, mas essa alteração não torna só por si a situação da doente uma fatalidade. Sim, aumenta o risco, a susceptibilidade, mas o ambiente tem um papel decisivo, isto é, o facto de se ter uma mutação não quer dizer que a patologia decorrente dessa alteração se manifeste, porque o nosso organismo tem mecanismos reparadores bastante eficientes. Se assim não fosse seriamos umas anormalidades!!
    Se existem, como existem, métodos de rastreio aconselhados pelo médico é porque são eficazes!
    Não julgo as mulheres que nessa situação ou em uma outra semelhante mutilem uma das suas mamas, pois compreendo o sofrimento que possam ter sofrido e a ansiedade associada à espera de resultados de exames que podem revelar-se 'capitais', mas de facto incomoda-me que se lhe chame um acto de coragem! Não o é. Não é o que está "em jogo". É algo mais simples e animal: Lei da Sobrevivência de Darwin.

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  2. Meu caro penso que não entendeste o meu ponto de vista. O que pretendi justificar, e que tão avidamente tentaste contrariar no comentário,foi a decisão da amputação depois de:
    -Ou já se ter tido cancro numa das mamas antes e optar por remover a outra
    -Ou ainda de ser diagnosticado o gene e a propensão de ter cancro, ditada pelos Médicos, ser altamente elevada. É de qualquer forma um tema controverso mas se pensas que é uma simples Lei da Sobrevivência então o que dizes do Aborto? A mulher escolhe tirar o embrião/feto do útero por mero instinto de sobrevivência?

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  3. E sim penso que é, nos casos que referi, um acto de coragem.

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  4. Os 2 exemplos que referes, eu mencionei-os e expliquei-os. O acompanhamento sistemático e uma vigilância por parte do médico já pecam por excesso de zelo, mas mais uma vez ressalvo que compreendo o facto de mulheres 'amputarem-se' de uma mama. Por fim, não percebi a comparação com a IVG (a palavra aborto é feia! xD), que se trata de um problema de matriz social.

    P.S.: Não tinha reparado, mas no título do artigo fala-se em "seios"...O nome correcto é "mama", para que depois não haja enganos ("seios" são outra história).

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  5. Olá Natacha... vim aqui apenas deixar-te um beijinho por vi que tinhas um blogue atraves do Facebook... e como eu tb tenho um blogue e sou fã da "escrita", aqui estarei eu a seguir as tuas palavras.
    (A Ana Luisa Meunier é minha tia)
    Uma beijoca super doce,
    Paula

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